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Grupo de teatro da Ufac encerra Ciclo de Performatividades Femininas em Cena

publicado: 04/12/2020 10h03, última modificação: 07/12/2020 09h21
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O Grupo de Teatro da Ufac, encerra no dia 03 de dezembro o Ciclo de Performatividades Femininas em Cena. O Ciclo é organizado pela profa. Dra. Andréa Maria Lobo e o prof. Dr. Thales Branche, no contexto do projeto de extensão do Grupo de Teatro da UFAC, coordenado pelo prof. Dr. Leonel Carneiro. Trata-se de uma oportunidade de contato com espetáculos tecidos por mulheres, mas não só dirigidos a elas. São partilhas estéticas, éticas e políticas dispostas nos encontros entre artistas e público, comunidade e universidade.

Os ciclos nos remetem a repetições, mas também nos revelam transformações. A cada ciclo que retorna, nos constituímos de maneiras diferentes: nascimento, morte, renascimento. São processos de transmutação: da terra, da mulher, do ser.  Nessa instância do feminino compreendemos os ciclos como geradores de vida, arte e saber, portanto, lugar de potência e expressão.  O tempo gera transformações, mas também repetições. Mesmo que ressignificadas, essas repetições muitas vezes se traduzem na forma de violência e silenciamentos.

Na primeira edição do Ciclo, a convidada foi Andréa Flores, mulher afroamazônida, membra-fundadora do Coletivas Xoxós, atriz, palhaça, diretora, dramaturga, professora e pesquisadora da Escola de Teatro e Dança da UFPA. Andréa apresentou no dia 12 de novembro o espetáculo “Rala, palhaço!”, um solo de palhaçaria feminina baseado em histórias de vida da atriz ficcionalizadas para a cena, bem como em discussões sobre gênero e violência. A apresentação do espetáculo transmitido online por videoconferência foi seguida de uma emocionada conversa com o público presente.

Na segunda edição do Ciclo, foram apresentados trechos gravados do espetáculo franco-brasileiro “Pas de femmes dans la ville” (“passos de mulheres na cidade" ou "sem mulheres na cidade"), com Nathalie Moreau, Rosi Andrade e Soraya Freire. O evento aconteceu no dia 19 de novembro, contando com uma conversa profunda sobre o processo criativo que originou o espetáculo. Entre os temas discutidos junto ao público presente, houve questionando pungente sobre o lugar do corpo feminino nos espaços urbanos, além de uma troca de experiências sobre o abuso sexual em ambiente familiar. 

No terceiro encontro do Ciclo de Performatividades Femininas em Cena, a ser realizado no dia 3 de dezembro (quinta-feira), às 19h (Acre) por um link de sala do Google Meet que será compartilhado entre os inscritos, o evento reunirá quatro mulheres potentes da cena local para conversar sobre o que é “ser atriz no teatro acreano”. Claudia Toledo, Sandra Buh, Marília Bonfim e Dani Mirini compartilharão um pouco de suas trajetórias, pensamentos e produções como provocação ao público presente. Em suas apresentações serão compartilhados registros de espetáculos realizados pelas artistas, os quais serão seguidos por uma roda de conversa.

SERVIÇO

Ciclo de Performatividades Femininas em Cena

“Ser Atriz no Teatro Acreano”, com Claudia Toledo, Sandra Buh, Marília Bonfim e Dani Mirini
Apresentação de trechos de espetáculos e conversa com as atrizes
3 de dezembro às 19h (Acre) e 21h (Brasília)
Inscrições com certificação pelo link: bit.ly/ciclo-fem-cena3

EVENTO GRATUITO

SOBRE AS CONVIDADAS

Claudia Toledo

Atriz, diretora, coreógrafa, figurinista e aderecista na Cia. Visse e Versa. Licenciada em Letras Inglês pela UFAC, com especialização em Educação Especial pelo IESACRE. Professora de Arte Educação, Dança e Teatro na rede pública e privada de ensino. Mediadora do curso de Arte Dramática na Usina de Arte João Donato. 

Sandra Buh

Atriz, cantora, Arte-educadora, quadrilheira, batuqueira, atua no cenário artístico de Rio Branco desde sempre. Mestranda em Artes Cênicas, graduada em Letras Português com habilitação em Literatura e Artes Cênicas - Teatro pela Universidade Federal do Acre. É integrante dos grupos de Teatro GPT, Cia Visse Versa, O Barulho do Acre, Moças do Samba e Maracatu Nação Pé Rachado.

Marília Bonfim

Arte-educadora e atriz. Mestranda em Artes Cênicas pela UFAC. Especialista em "Pedagogia do Lazer e Recreação no tempo Livre", pela Universidade Federal do Acre-UFAC (1999). Especialista em "Ensino, Arte e Cultura" pelo NACE/NUPAE da ECA - USP (2001). Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Acre (2001) e Licenciatura em Teatro pela UAB/UNB (2011). Exerce a função de Gestora do Centro de Multimeios da Secretaria Municipal de Educação em Rio Branco - Ac. É integrante do Grupo de Teatro GPT em Rio Branco-Acre, desde 1991, atuando como atriz, dramaturga e diretora teatral. É contadora e escutadora de histórias.

Dani Mirini

Licenciada e bacharel em Artes visuais, graduanda em Música, com curso de Extensão e Aperfeiçoamento em Gestão Pública da Cultura, pela UFAC/Acre. Fundadora e diretora artística do Grupo Experimental de Teatro de Rua e Floresta Vivarte, pesquisadora do Xamanismo, e de diversas manifestações culturais brasileiras, e da América Latina. É estudiosa da oralidade acreana, da ancestralidade feminina, do poder de cura das plantas, e das artes do corpo, da voz e da música, aplicadas como medicinas sagradas, no fluxo da vida. Ayahuasqueira, artista no teatro de rua e da floresta, circense, violoncelista, apaixonada pela cultura popular, contadora de histórias essenciais, narradora guardiã das artes de cura pelas palavras medicinais, vindas de mitos e histórias do feminino sagrado.