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Leonel Martins Carneiro

A experiência do espectador contemporâneo

publicado: 31/03/2025 18h52, última modificação: 31/03/2025 18h53
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Peter Brook define a ação cênica a partir do olhar e da ação. Diz ele: “Um homem atravessa este espaço enquanto um outro observa. Isto é suficiente para criar uma ação cênica”6 . Na sequência Brook vai conceituando sua noção de Teatro Morto na relação da cena com os espectadores. “Para piorar a situação, existe sempre um espectador morto, que por motivos especiais gosta da falta de intensidade e até da falta de divertimento”7 . Sem querer aqui analisar esses comentários do diretor inglês, trago esses trechos na perspectiva de compreendermos que as noções de espectador sempre estiveram presentes nos livros dos diretores e encenadores. Podemos perceber isto ao lermos os escritos de Grotowski, Barba, Miguel Rubio, Santiago Garcia e Anne Bogart, para citar alguns. A necessidade de incluir os espectadores em suas reflexões sobre a cena está fundamentada na prática artística de cada um deles e na relação que desejam estabelecer com a audiência.

A prática artística se desenvolve a partir de um trajeto de pesquisa implícita ou explícita. Implícita quando o artista partilha um processo criativo a partir de seu estar-no-mundo, sem a necessidade de esclarecer para além da própria obra; e explícita, como a que desenvolvemos nos espaços universitários, quando realizamos além da obra (em seus diversos formatos) uma reflexão do processo, ou seja, a situamos dentro do contexto maior de produção de conhecimento e em diálogo com outros saberes. Muitas vezes estamos tratando de um conhecimento “co-disciplinar” ou “in-disciplinar” que configuram as práticas como pesquisa.

Confira a obra completa

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