Trajetórias de professoras negras dos cursos de formação de professores da UFAC/Campus Rio Branco

Orientadora: Profa. Dra. Tânia Mara Rezende Machado

A presente dissertação teve como objetivo analisar como foram tecidas as trajetórias de professoras negras dos cursos de formação de professores da Universidade Federal do Acre/Campus Rio Branco e de que modo organizavam e abordavam discussões sobre gênero e raça nos seus Currículos Lattes. A temática surgiu devido às invisibilidades no que se referia à presença de mulheres negras atuando como professoras universitárias, bem como à significativa ausência de representatividades concernentes ao protagonismo dessas mulheres, e ao interesse em saber em quais cursos de Licenciatura estavam e como abordavam discussões de gênero e raça em suas produções. Na revisão de literatura, o que foi constatado era a presença de mulheres negras atuando de forma frequente em espaços de subalternidade, em decorrência do racismo estrutural. Por conseguinte, encontrá-las como professoras universitárias demonstra casos específicos de sucessos profissionais. Quanto à metodologia adotada, a pesquisa foi elaborada em uma perspectiva pós-crítica, sendo de abordagem qualitativa e tendo como procedimentos metodológicos o estudo bibliográfico de tais temáticas, estudo de campo no contato com as sujeitas por meio de entrevistas de modelo narrativo e análise documental de seus Currículos Lattes, relativos às produções científicas concernentes às categorias aqui discutidas. Quanto aos dados encontrados, das onze professoras negras entrevistadas, três eram professoras substitutas, duas destas eram as mais retintas de todas as sujeitas entrevistadas, sofrendo maiores incidências de discriminações raciais e de gênero, expressas nas narrativas de suas histórias de vida. As abordagens sobre a categoria raça foram exploradas em nível de ensino, pesquisa e extensão de forma assídua por duas professoras, não obstante, atualmente quatro das professoras entrevistadas participam do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI), que promove formações voltadas para a Educação das Relações Étnico-Raciais. A pluralidade, no que se refere às epistemologias tecidas das experiências das professoras, permeou a construção de suas identidades profissionais e nestas ainda repercute, sendo mulheres negras plurais, não universais, e que produzem saberes a partir do vivido e do cenário presente em que atuam.

Sulamita.png

 

 PESQUISA CONCLUÍDA!