Branquitude Crítica e Formação Docente: trajetórias de professoras brancas na luta antirracista na Amazônia Ocidental Acreana

Orientador: Prof. Dr. Marcello Messina e Coorientadora: Profa. Dra. Flávia Rodrigues Lima da Rocha

Essa pesquisa objetivou analisar como professoras brancas e que performam na Branquitude podem se tornar docentes que desenvolvem a Branquitude Crítica antirracista em seu fazer docente na Amazônia Ocidental Acreana. A justificativa desse trabalho parte de três eixos: pessoal, dado ao gênero, pertencimento racial e formação da pesquisadora, enquanto mulher branca e professora de História na localidade circunscrita, além de mencionar o seu processo de aproximação e inserção ao Movimento Antirracista, desde 2021; social, atrelada à importância que seus resultados revelam, já que mostrar a viabilidade da atuação de sujeitas racializadas como brancas movendo-se como promotoras de igualdade racial expressam uma transgressão aos essencialismos colonialistas impostos sobre as identidades de pessoas brancas que performam na branquitude, bem como contribui para a potencialização do Movimento Antirracista e justificativa acadêmica, que exterioriza-se pela pouca quantidade de estudos relativos à branquitude crítica em âmbito nacional, e a não localização de pesquisas dessa natureza no Acre e na região Norte, de modo mais abrangente. No que tange aos objetivos, ficou estabelecido como geral analisar como professoras brancas, que performam na Branquitude, podem se tornar docentes que desenvolvem a Branquitude Crítica (Cardoso, 2008; 2010) e antirracista em seu fazer docente na Amazônia Ocidental Acreana, por meio do qual se estabeleceu os seguintes objetivos específicos, entender como a formação docente pode marcar a atuação de professoras brancas, que performam na Branquitude, na prática antirracista em seu cotidiano; identificar trajetórias que podem formar identidades antirracistas em professoras brancas que performam na Branquitude e conhecer ações e práticas antirracistas que podem ser desenvolvidas por profissionais da educação em sua Branquitude Crítica. Para a realização deste trabalho, a metodologia parte do método de História Oral (Alberti, 2005), com coleta de dados por meio de entrevistas semiestruturadas, alcançando 7 entrevistas às sujeitas/parceiras de pesquisa, além se valer da análise e interpretação de dados da pesquisa qualitativa (Gomes, 2016), com caminho metodológico inspirado na  análise de conteúdo de Bardin (1977). Como referencial teórico, utilizou-se, sobretudo Cardoso (2008; 2010), Cardoso e Muller (2017) Bento (2022), Carreira (2018), Schucman (2023), Fanon (2005; 2008), Ahmed (2007) e Lopes (2013) para tratar questões tangentes à Branquitude; Silva (2014), Woodward (2014), Hall (1997; 2016) para tratar questões referentes à identidades; Oyěwùmí (2021), Crenshaw (2002), Akotirene (2019), Butler (2003), Davis (2016) para considerações sobre o gênero; Ferreira (2014; 2015) para a compreensão da Teoria do Letramento Racial Crítico; Van Dijk (2021), Fairclough (2001) e Foucault (2014), para trabalhar questões de discursos e Bispo (2015) e Bourdieu (1996) para tratar sobre trajetórias. Com essa dissertação, compreendeu-se que a formação docente, seja ela inicial ou continuada, assume caráter importantíssimo e emancipatório no que tange à construção de identidades antirracistas em educadoras que performam na branquitude na Amazônia Ocidental Acreana, e que por intermédio das subjetividades de cada sujeita/parceira de pesquisa, houve pontos distintos de partida para a constituição de suas identidades antirracistas. Outrossim, pôde-se notar a predominância de práticas discursivas que circundam a transgressão curricular por meio do currículo oculto, prática essa que se atrela ao processo de letramento racial crítico.

 Geovanna

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