Pesquisa

Pesquisadores padronizam diagnóstico de doença da paca no AC

publicado: 19/02/2024 16h01, última modificação: 19/02/2024 17h20
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A aluna Liliane de Souza Anadão, do mestrado em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia, da Ufac, realiza pesquisa sobre a hidatidose policística, popularmente chamada de doença da paca. O objetivo é conhecer o ciclo de transmissão e a epidemiologia da doença no Acre, padronizando uma técnica de diagnóstico molecular no Estado. 

Liliane estuda a prevalência da infecção por ‘Echinococcus spp.’ em pacas (‘Cuniculus paca’) abatidas por moradores de comunidades rurais no Acre para alimentação. A hidatidose policística é uma doença causada pelo estágio larval de tênias de helmintos da espécie ‘Echinococcus vogeli’.

No Brasil, a maioria dos casos registrados são provenientes da região amazônica, principalmente dos Estados do Acre e Pará. Participam do ciclo de transmissão, como hospedeiro definitivo do parasito, o cachorro-do-mato-vinagre e os cães domésticos, e como hospedeiros intermediários a paca e a cutia, dois roedores silvestres frequentemente utilizados para consumo por moradores de comunidades rurais da região amazônica.

O trabalho ocorre sob orientação dos professores Francisco Glauco de Araújo Santos, do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, da Ufac, e Leandro Siqueira de Souza, do programa de pós-graduação em Medicina Tropical, da Fiocruz. Os ensaios moleculares da pesquisa são realizados no Laboratório de Pesquisa e Diagnóstico Molecular em Doenças Infecciosas, no Centro de Infectologia Charles Mérieux, pertencentes à Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), em Rio Branco.

“A hidatidose é uma doença tropical negligenciada e endêmica na região Norte. Nosso objetivo é conhecer melhor os aspectos que favorecem o ciclo de transmissão, capacitar os profissionais da atenção primária à saúde e orientar a comunidade, principalmente os moradores de comunidades rurais, sobre o ciclo de transmissão do ‘E. vogeli’. Padronizar uma técnica para diagnóstico no Acre é um avanço para a ciência e para o diagnóstico da doença na região”, disse Leandro Siqueira de Souza.