Pesquisa

Professor da Ufac analisa epidemiologia da lesão renal aguda

publicado: 08/10/2024 14h52, última modificação: 08/10/2024 14h52
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O professor Fernando A. F. Melo, do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto, da Ufac, publicou, em inglês e coautoria, artigo na “Scientific Reports” (n.º 14), revista do grupo Nature, abordando a epidemiologia da lesão renal aguda (AKI) em pacientes críticos na Amazônia brasileira. Também assinam o artigo Emmanuel A. Burdmann e Dirce M. T. Zanetta, da Universidade de São Paulo (USP); Etienne Macedo e Ravindra Mehta, da Universidade da Califórnia.

O estudo envolveu 1.029 pacientes adultos internados em três unidades de terapia intensiva de Rio Branco, entre fevereiro de 2014 e fevereiro de 2016. O objetivo foi avaliar a incidência e os fatores de risco da AKI na região. Os resultados revelaram que 53,3% dos pacientes internados nas UTIs desenvolveram a condição, destacando-se a alta prevalência em uma área com desafios estruturais.

De acordo com Fernando A. F. Melo, os resultados da pesquisa são comparáveis aos de países de alta renda, mas com taxas de mortalidade mais elevadas, refletindo os desafios enfrentados no contexto amazônico. “A incidência da AKI foi alta entre pacientes críticos na Amazônia”, disse. “A publicação desse estudo reforça a relevância de se investigar a saúde em regiões com menos recursos, mostrando que é possível realizar ciência de qualidade na nossa universidade.”

Melo relatou que a pesquisa foi sua tese do doutorado interinstitucional entre Ufac e USP e um “doctoral fellow” na Universidade da Califórnia, onde ficou quase um ano fazendo as análises estatísticas iniciais; antes ele passou dois anos coletando dados nas UTIs de Rio Branco. “Foi uma grande vitória publicar numas das maiores revistas científicas do mundo”, finalizou. “O trabalho teve a parceria dos maiores nefrologistas do mundo [que também assinam o artigo].”

O estudo recebeu apoio das Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados do Acre e de São Paulo, envolvendo mais de 20 alunos da Ufac, além de profissionais da saúde, estatísticos e matemáticos.

 

(Kenno Vinícius, estagiário Ascom/Ufac)