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Pesquisa aborda insegurança alimentar durante a gravidez

publicado: 03/06/2020 17h08, última modificação: 18/11/2022 16h16
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Pesquisadores da Ufac, integrantes do grupo de pesquisa em Saúde Coletiva da Amazônia, publicaram artigo científico, em inglês, sobre insegurança alimentar durante a gestação, na revista “Nutrients” (vol.12, edição 6, 28 de maio), cujo conceito Qualis da Capes enquadra-se no sistema A1.

O trabalho, intitulado “Food Insecurity during Pregnancy in a Maternal-Infant Cohort in Brazilian Western Amazon” (Insegurança alimentar durante a gestação em uma coorte materno-infantil na Amazônia Ocidental brasileira), apresenta dados sobre segurança alimentar e nutricional durante a gestação de 1.194 mulheres, em Rio Branco.

A prevalência de insegurança alimentar durante a gravidez estimada foi de 34,8%, sendo superior à estimada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios em 2013 para a população urbana brasileira (20,5%) e para o Estado do Acre (31,2%) e inferior às estimativas para as regiões Norte (36,1%) e Nordeste (38,1%).

A insegurança alimentar e nutricional em gestantes de Rio Branco esteve diretamente associada a menores condições socioeconômicas, menor escolaridade e ao consumo de frutas e hortaliças inferior a cinco dias na semana.

O artigo foi publicado em coautoria pelos membros do grupo de pesquisa, Alanderson A. Ramalho, Cibely M. Holanda, Fernanda A. Martins, Bárbara T. C. Rodrigues, Débora M. Aguiar, Andréia M. Andrade (da Ufac), e Rosalina J. Koifman (da Fundação Oswaldo Cruz).

Segundo eles, essas informações reforçam que o  acesso a alimentos de baixo custo, nutricionalmente adequados e seguros (sem comprometer o acesso a outros itens essenciais à vida) é fundamental para a promoção de segurança alimentar.

Os pesquisadores indicam que, no contexto amazônico, é essencial ratificar ações voltadas para a economia doméstica nos programas de transferência de renda e desenvolver ações de educação alimentar e nutricional durante a gravidez. Além disso, apontam ser oportuno realizar ações que incentivem o consumo de alimentos regionais, com a criação de hortas comunitárias e agricultura familiar, estratégias para o aproveitamento integral dos alimentos e geração de renda informal por meio da venda desses alimentos.

Também sugerem que investimentos em ações que propiciam aumento da escolaridade em tempo hábil, bem como políticas que aumentem a inserção e permanência feminina no mercado formal de trabalho, podem influenciar a redução da insegurança alimentar nesse grupo vulnerável.